A bala de titânio que encontraste nas palavras, não está mais na gaveta da minha cómoda. Encontra-se agora na minha mão. Apetece-me aloja-la na minha cabeça. Se não existo... deveria eu logo não pensar. Não sentir. Mas sinto. Sinto-me a desaparecer. Como uma fotografia esquecida no chão de um sótão qualquer. A imagem dissipa-se. Não sou mais. Sobrevivo, apenas. Tudo o que resta são cinquenta gramas de rebuçados coloridos, selados numa caixa de vidro em volta do meu pulso. Vejo-os, mas não os alcanço. Sei de cor o seu sabor. Doce. Com eles esta a chave que destranca a algema. A que me amarra a outra mão, ao revolver da vida. Sorri-me, traiçoeiramente. O meu reflexo... não a chave.
-
No comments:
Post a Comment