O estrondo da porta estremeceu-lhe todas as certezas. O ultimo passo que conseguiu dar foi uma rasteira no vazio que ela mesma criara. Nada ficou, e de tudo quanto havia à sua volta apenas se conseguiu concentrar no silêncio tumular que arranhava as quatro paredes depois de absorverem o eco do baque seco da porta. Muitas vezes olhara para aquelas paredes, muitas vezes fechara aquela porta, e tantas vezes sentiu aquele barulho oco, quase assassino. Mas hoje, apenas hoje, e noutros dias como hoje doeu-lhe o nada que vestia as paredes e a despia sem piedade. Hoje, apenas hoje, e noutros dias como hoje olhou para trás mesmo sabendo que uma vez trespassada aquela porta, ela não mais será, senão uma passagem sem chave, para passado...
Texto de, Mαğΐα
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